Um com adoçante para Lisboa, o outro, cheio, é para Praga se faz favor. Não se preocupe com a mesa, fica no meio.
Bom dia! Pouso o Público e sorrio.
Não sei quanto tempo passou, nem porque aconteceu, mas a estrada dividiu-se em 2 trilhos quando nenhum de nós estava à espera. A escolha, que era óbvia, afinal foi diferente. De tanto conhecer, ou de tanto pensar que conhecia, estava presa na certeza de que o caminho do outro seria o meu. E olha, afinal, como nos enganamos!... Construímo-nos juntos para um caminho diferente.
(Conheces, sim)
Não, não conheço. O outro que eu conheço, o meu outro, nunca, mas nunca iria por aquele lado. E, se queres que te diga, já nem sei o que foi isto que partilhámos. No início era amor, dizem que tem a forma de um coração, que é vermelho, que dura para sempre. Agora o que eu vejo aqui não tem forma, perdeu a cor, tem pontas afiadas e ataca-me quando me tento chegar perto. Na verdade, nunca nos conhecemos verdadeiramente.
Mas quem conhece? Se às vezes nem nós. Uma vida inteira para nos conhecermos.
(E o meu outro, quando vou por fim conhecê-lo?)
Nas pequenas coisas. É nas pequenas coisas, digo-te, que conhecemos os outros.
(Krásné Ráno às pequenas coisas, aí em baixo, do lado de fora da janela, do lado de dentro do outro.)
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