17 setembro 2007

o fim dos programas de autor...

Hoje em dia raramente oiço rádio. Não gosto do rap nem do hip hop que as enchem, da publicidade, das meinas que se abanam enquanto cantam e que por isso - supostamente, só por isso - usam playback, etc. Antena 1 para o trânsito e notícias, Radar quando já tenho informação que chegue e pouco mais.

Mas já foi diferente. Já existiram noites de painéis nocturnos que nos prendiam ao éter a noite toda, quando acordar cedo no dia a seguir era opção e os livros podiam ficar abertos no meu colo sem que olhasse para eles. Programas na antena 3, ao fim da tarde, onde o Pedro Costa ( que mais tarde ganhou o coyote) passava aquela música de que eu tanto gostava e que gravava 3 vezes seguidas na mesma k7 para não a perder (mais tarde descobri tratar-se da Fade into you, dos Mazzy Star). E, claro, o António Sérgio e a Hora do Lobo, sempre na companhia da Ana Cristina Ferrão, ouvido por vezes com a luz já apagada, à socapa.

Foram bons tempos. Com a Hora do Lobo, o Indiegente, o Drive in que depois passou a Drive out e tantos outro do género, descobri tudo o que oiço hoje. E, de certa forma, tornei-me assim na pessoa que sou.

Seja por as audiências assim o ditarem ou por a geração "morangos" ter gostos tão diferentes, os programas de autor na antena3 foram varridos para o domingo à noite, o António Sérgio saiu da comercial, o Álvaro Costa há muito que deixou de se ouvir à noite. As reacções na internet não se fizeram esperar, mas por experiência própria sei que, mesmo que tudo volte ao que era, será sempre no modo de contrato a termo certo... E cada vez há menos espaço para todos na rádio e na televisão portuguesas...

Descobri esta música na colectânea do Som da Frente e por isso aqui fica, em jeito de homenagem...

14 setembro 2007

Porque sim

Rugas
ja começo a ter as primeiras rugas
Rugas
começam-me a nascer as primeiras rugas
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar, começo a franzir
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Rugas de sentir
Rugas....
Rugas
ja começo a ter as primeiras rugas
Rugas
começam-me a nascer as algumas rugas
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar, começo a franzir
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Rugas de sentir
Rugas....

13 setembro 2007

De regresso

Pois é, cá estou eu de volta aos posts...

As férias vão correndo (arrastando-se) e a única nota digna de registo é mesmo a minha casa ter sido atacada por moscas da fruta... Depois do raid, biokill e tudo o resto, decidi tomar o assunto em mãos e matá-las à paulada com um jornal...

O modo de férias deixa-me preguiçosa até para escrever aqui, por isso depois de Lanzarote ainda não tinha mandado postas. Aproveito por isso para dizer que sim senhor, as férias foram muito boas, apesar de os vulcões a espreitar por todo o lado meterem respeito! Se acham que não, vejam lá este menino!






Se não me engano, este "menino" foi o ´responsável pela última grande transformação da ilha. A erupção, por volta de 1730, criou um manto de lava de 20 km que se estende até ao mar!

Como dá para perceber, a paisagem é bastante diferente, ou não fosse Lanzarote uma ilha vulcânica! Fizemos um tour pela ilha, seguem os pontos de destaque.








O mar, claro. Água mais quente (mas não quentinha) e convidativa.





A entrada de Cueva de Los Verdes, uma gruta de lava transformada, como tantos outros pontos da ilha, em atracção turística por Cesar Manrique. Foi descoberta por nativos, quando procuravam refúgio de piratas que chegavam à ilha, estrategicamente posicionada. E dentro dela está o mais bem guardado segredo de Lanzarote... Mas para saber qual é, só indo lá!


Já agora, aproveito para dizer que a ilha vive mesmo e quase exclusivamente de turismo. Antes de se ter tornado num destino de férias, era extremamente pobre, sobretudo devido à escassez de água. O problema foi contornado com a dessanilização da água da mar!








Pois é, andei de camelo-ou-melhor-dromedário. O peso de consciência passou só quando o guia explicou que estes animais só existem ainda na ilha devido às voltinhas dos turistas... Vida de camelo!




Numa curta paragem para prova de vinhos, tirei esta foto às vinhas locais. Estes "socalcos" estão, claro, em solo vulcânico, em La Gería.





Cá está um dos locais mais fantásticos da ilha!!! É o El Golfo, uma cratera vulcânica com uma lagoa no seu interior. Como podem ver na segunda foto, continua-se com o mar.







Esta foto, tirada à altitude de um dromedário, serve para ilustrar o símbolo de Timanfaya, o parque dos vulcões (ou, como eles dizem, as montanhas de fogo).








Timanfaya... Deixa-nos sem respirar. A música mais apropriada é mesmo a de 2001, odisseia no espaço, que pelo que percebemos ao guia foi em parte aqui filmado... Mas na internet nada o confirma.

Claro, o pior da viagem... É sempre o regresso!