29 janeiro 2008

Crónica de RAP

À falta dos Gatos, aqui fica um entretenimento made by RAP. Li na Visão e agora decidi procurar versão virtual para pôr aqui, pq achei mesmo engraçado

Terrorismo é uma coisa, estupidez é outra


Os serviços secretos de Espanha andam a brincar connosco. Há uns séculos, os espanhóis levaram uns bofetões de uma profissional da indústria da panificação, e não deve passar um dia em que não pensem na vingança. Na semana passada comunicaram-nos que a Al Qaeda ameaça praticar actos terroristas em Portugal. E nós, parvos, acreditámos. Até onde chega a credulidade dos portugueses… Primeiro acreditámos no Sócrates, e agora nos espanhóis. Há que aprender a lição.

Como é evidente, só um terrorista muito estúpido é que vem exercer a profissão para cá. Com a vigilância que existe, hoje em dia, nos aeroportos, os terroristas só podem entrar no País de carro. E vir andar de carro para as nossas estradas é das decisões mais obtusas que uma pessoa pode tomar. É verdade que eles são suicidas, mas não exageremos. Vai uma grande diferença entre ser suicida e ser burro. (Faltou dizer que, com os buracos nas estradas, provavelmente a bomba rebentava antes de o terrorista chegar ao destino!!)

Por outro lado, os terroristas que tiverem a infeliz ideia de entrar no País terão de construir a bomba cá. Não se faz uma viagem Paquistão-Portugal com um engenho explosivo debaixo do braço. Há que ir a uma loja comprar peças. E é aqui que as chatices começam. «Esta peça, só mandando vir do estrangeiro, chefe. Daqui a duas semanas mete-se o Carnaval, por isso agora só em Março.»
Se o explosivo levar combustível, pior ainda. Eles que vejam o preço a que está a nossa gasolina, a ver se continua a apetecer-lhes rebentar coisas. É muito fácil apanhar terroristas em Portugal. São os tipos de turbante que estão nas bombas da Galp a chorar. Os que lá andam a chorar sem turbante somos nós.


E depois temos as contingências inerentes a uma actividade tão perigosa como é o fabrico de um engenho explosivo. O terrorista corre inúmeros riscos, o maior dos quais é ir parar a um hospital português. Basicamente, o sistema de saúde português oferece-lhe três hipóteses: pode morrer no caminho, pode morrer na sala de espera e pode morrer já dentro do hospital. É certo que o esperam 71 virgens no Paraíso, mas aposto que, para morrer num hospital português, o terrorista fica em lista de espera até as virgens serem septuagenárias, altura em que a virgindade perde muito do seu encanto.
Quando, finalmente, os terroristas conseguem reunir condições para construir a bomba, o prédio que tinham planeado mandar pelos ares já explodiu há dois meses, ou por mau funcionamento da canalização do gás, ou porque o esquentador de quatro ou cinco condóminos está instalado na casa de banho. Portugal pode ser um bom destino turístico, mas para fazer terrorismo não tem condições nenhumas.


in http://aeiou.visao.pt/Opiniao/ricardoaraujopereira/Pages/Terrorismoeumacoisaestupidezeoutra.aspx

Pelos vistos, o terrorista pode também ser enfiado nú num taxi e recambiado para casa...

24 janeiro 2008

Uns estudam chinês

Outros isto:

A sensibilidade táctil proprioceptiva é transmitida pela via espinho-talâmica anterior e termina no córtex somatostésico primário, ao nível da circunvulução pariental ascendente. Decussa ao nível da comissura e não na decussação lemniscal, como acontece com a via da sensibilidade táctil-epicrítica, pertencente aos feixes de gracilis/Goll e cuneatus/Burdach.

E agora, se me dão licença, vou decussar piramidalmente para outro lado.

:O

12 janeiro 2008

Ao menos é Sábado

(Resumo de uma semana):


Segunda: Acordo como seria de esperar, às asneiradas, depois de umas férias em que o toque do despertador não se fez ouvir na minha cabeceira. Vou para a faculdade lamurienta, em modo lesma, ainda a lastimar-me porque vamos ter jejum de Gatos tanto tempo. à chegada a C diz-me que pareço 4 anos mais nova; é facto, portanto, que estudar envelhece.


Resto de Segunda, Terça e parte de Quarta: pareço o futuro tgv, a andar sem parar. Dedico 5 minutos nestes 3 dias a fazer zapping e a confirmar que a tv está um deserto, penso que já não vão haver Gatos ao Domingo à noite como rampa de lançamento para a semana e dedico-me fervorosamente a fazer trabalhos chatos e que não valem para nada dos quais os esperto se esquivam. Por entre as gengivas carcomidas durante a noite, sobra-me o sonho em que misturei discotecas com fumo, os Gatos e as mucinas. Valham-me!


Parte de Quinta passada a matar saudades (e oh!, que eram tantas!) do modo de ataque à oral de Anatomia.


Sexta o PC apaga metade do trabalho que estou a fazer e verto um copo de água para cima dos meus apontamentos - não sei se por o copo ser grande, foi um dilúvio.


E eis que, por fim, chega Sábado.


Como se isso fizesse alguma diferença.


P.S.: A contar os dias que faltam para parecer 10 anos mais velha.


P.S.2: O segredo do peeling? Xmas @ Neverland :D

06 janeiro 2008

Memórias



"O passado ia-se distanciando. Se voltávamos a Coimbra, a cidade despedia-nos como se nos desconhecesse: caras novas, que nos pareciam intrusas, bairros desmantelados, onde, ao procurarmos localizar uma rua, um tecto, que nos falasse da adolescência perdida, que tivesse conservado o molde das lembranlas para no-lo entregar, íntegro, emqualquer momento,- apenas encontrávams ruínas, por entre as quais brotava uma nova cidade, uma cidade estrangeira. Um vendaval passara por ali. Ou por nós."

Fernando Namora
in Retalhos da vida de um Médico.