15 dezembro 2007

Livros

Há livros que facilmente nos passariam despercebidos, não fosse um amigo pô-los à nossa frente. Foi o que aconteceu com este Almas Cinzentas, que me iria passar ao lado não fosse o empréstimo do mesmo pela C - já agora, será que emprestar livros é punido por lei? :D







Porque é q ia passar despercebido? Não sei. Mas agora que penso nisso, até em relação aos livros conseguimos ser preconceituosos. Lembro-me que A Sombra do Vento me veio parar às mãos por intermédio de alguém que lê tudo - e quando digo tudo, é tudo mesmo - mesmo aqueles livros com um aspecto insuportavelmente entediante, pelo que o meu primeiro pensamento foi qualquer coisa como "deves ser pouco chato, deves". E, como já tive oportunidade de referir num dos 99 posts que estão para trás (sim, porque este é o número 100!!!, olha que dose!), foi um dos melhores livros que li até hoje. Mas nem um nem outro livro têm "mau aspecto", antes pelo contrário e ficam como sugestão.



É claro que a coisa pode funcionar ao contrário e um livro com uma capa muito feliz nos fazer pensar logo que se trata de uma coisa levezinha, assim tipo leitura de casa de banho. Era pelo menos essa a ideia que eu tinha do livro Marley & me. Ora acontece que me foi emprestada a versão portuguesa e, apesar de a tradução ser um bocado fraquinha, lê-lo soube-me bem. Não é, claro, um livro que nos enche de reflexões, como o Almas Cinzentas, mas faz-nos rir a espaços e aborda questões às quais alguém com mais de vinte e tal anos não fica insensível - primeiro filho, capacidade reprodutora e, sobretudo, dúvidas quanto às apetências para cuidar dos rebentos.






Este livro do Marley - que, como já devem ter percebido, se é q n sabiam já - centra-se na vida de um cão e tem o mérito de ter aberto uma nova modalidade de leitura para mim. Eu leio por prazer e não sou metódica ao ponto de ler até ao fim um livro do qual não esteja a gostar. Passo ao próximo e pronto. Também já aconteceu perder o fio à meada - sendo estudante, não é difícil, uma pessoa distrai-se e lá estão os neurónios todos a tentar efusivamente decorar matéria, largando assim as memórias do lazer - chegando por isso ao ponto pouco aprazível de me lembrar qb pra não me apetecer reler mas não o suficiente para ler em frente. Ora o que nunca me tinha acontecido era estar a gostar e não ler mais - não por ter perdido o livro ou por este ter entrado em combustão expontânea - mas por opção deliberada. É que, estão a ver, eu sou muito piegas nestas coisas de animais e a vida deste Marley não foi eterna, certo?


Pelo que, após fechar pesarosamente o livro, lancei os olhos à estante em busca do seu seguidor. E deparei-me com este "Retalhos da vida de um médico", que fiquei de emprestar. E, enfim, alguém vai ter que esperar um tempinho porque o estou a ler.


Comecei a lê-lo na adolescência e, já não me lembro porquê, parei a meio. Não que achasse a escrita chata, lembro-me de na altura ter lido o Domingo à tarde do Fernando Namora e ter gostado... Enfim, mistérios insondáveis que fazem com que eu esteja a ler o livro naquela que me parece ser a altura certa.




Já agora, tenho uma edição antiga surripada descaradamente à minha mãe, com páginas amarelas e cheiro duvidoso, o que só torna o livro mais apetível. Preconceituosamente falando, é claro.

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