17 agosto 2008

O novo curso no Allgarve

Não me interpretem mal... Eu acho fantásico que se aproveite a formação base de pessoas na área da saúde e se dê a oportunidade de se tornarem médicos, com um curso em versão expresso que dispensa as burocracias capitalistas das equivalências. Fantástico mesmo e só é pena não estar a funcionar há anos.

O problema é este: se falamos em pessoas já inseridas no mercado de trabalho, não seria importante dar também outro tipo de apoios?

Pelo que já vi, fazer uma licenciatura em Medicina e trabalhar em full time ao mesmo tempo é, no mínimo, heróico (se é ou não realmente impossível, fico à espera para ver). A Porta 65 está fechada a cadeados para quem não tem um rendimento mensal, por isso apoios à habitação também estão de parte. Bolsas ou incentivos monetários de qualquer tipo não existem. Como já disse aqui algures, tirar uma 2ª licenciatura, como eu esotu a fazer, é estar completamente fora do sistema (basta dizer que já não pertenço ao agregado familiar - quem diria?). Mas, até agora, era uma opção de cada um, que não estava prevista, digamos assim, logo era de aguentar.

Por fim, o estatuto de trabalhador estudante, depois do abuso de muitos, foi alterado e dificulta agora e muito a vida dos poucos que precisam realmente dele.

Num país onde há falta de médicos, pergunto-me se isto (abrir o curso e desenrasquem-se) será qb.

Quem vai então conseguir tirar esta licenciatura?

Os heróis, por certo; e aqueles (poucos) que a família pode sustentar mais uns aninhos...

E ainda não é desta que teremos Medicina for all..

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