05 outubro 2007

She's lost control again...

O auto-controlo nunca foi o meu forte.
Veja-se o caso do tabaco, por exemplo. Definitivamente, a única maneira de não fumar, é não ter. Mas depois ainda é preciso não ir comprar. Pelo que, na verdade, eu ficaria contente se proibissem a venda dos pregos. Chamaria nomes aos decisores e respectivas mães, revoltar-me-ia, participaria em manifestações pelo direito à auto-destruição, mas ficaria aliviada.
Ora quem me conhece sabe que tenho - tinha - o vício de roer as unhas. E aqui o caso é mais complicado, pois à falta do tal auto-controlo, impunham-se medidas drásticas como cortar as pontas dos dedos ou auto-esmurrar-me até partir os dentes todos. Mas Deus move-se de formas misteriosas e resolveu enviar-me a solução na forma de um aparelho dentário fixo.
Esta coisa do aparelho tem que se lhe diga. Uma maçã tornou-se imune às minhas dentolas na ausência de uma faca, comer uma tosta é sinónimo de dedos sujos, deixei de comprar as minhas barritas de cereais e até uma bolacha Maria pode ser um desafio.
Mas não consigo roer as unhas! De forma que as ditas, estropiadas toda a vida desde a nascença, lá começam a despontar a medo, qual plantas precoces, auxiliadas pelo adubo, que em manicure se chama endurecedor, que eu cheia de fé lhes vou fornecendo.
A consequência mais feliz do acima exposto, foi a reacção da minha mãe. Agarra-me na mão, põe os óculos, incrédula, não vá eu estar a dar-lhe a volta e exclama, vitoriosa: "Elas existem! E isto, minha filha, são unhas da parte da mãe!".
E pronto, 26 anos depois de ter confirmado que eu trazia os dedos todos sem defeitos de fabrico, descobre os seus genes nas pontas dos mesmos.
(Ah e comecei a precisar de corta unhas. De certa forma e vistas bem as coisas, isto é uma despromoção no que toca à autonomia...)

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